sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Omissão
sábado, 17 de julho de 2010
A desgraça alheia
Este é o caso do momento, e sempre há de haver um caso policial do momento, dos últimos consigo lembrar de Richithofen, Eloá e Lindenberg, Isabela Nardoni e agora Bruno.
Já disse por aqui a respeito dessa nossa necessidade de consumir destruição e sofrimento, mas por quê? Por que consumimos tanto assim, a ponto de a mídia precisar ter sempre um caso de terror em pauta, sempre um que substitua o último já desgastado, que protagonize o noticiário que ainda têm algumas outras notícias que não possuem a mesma graça.
Esse gosto talvez se deva ao poder anestésico que o ultra-problema, extraordinariamente aterrorizante, tem sobre os nossos problemas, bom, que agora já são pequenos. Ou pelo efeito confortante da distância do problema. Ou pela relação comparativa e conclusão resultante de que diante de tamanha crueldade só podemos ser pessoas muito boas; mesmo com todos nossos defeitos, que agora também já são pequenos.
Mas não é esse o grande caso. Se você é feliz sem precisar desse santo remédio: a desgraça alheia. Se isto não ti pega; algum outro subterfúgio você utiliza. Bebida? Algum hobby? Algum esporte? Alguma pessoa? Qual é o seu recurso para ficar em paz e não pensar nos seus problemas?
Vou insistir no texto. Percebeu a relação? A mídia da desgraça alheia está para bebermos menos, praticarmos menos esporte ou conviver menos com as pessoas; e vice-versa.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
A novela
Partindo do pressuposto de que as mídias de massa são metaforicamente espelhos que refletem a cultura popular, é de se entristecer essa nossa necessidade de consumirmos desastres, conflitos, catástrofes, dor.
Este fato pode ser ilustrado pela insistência do telejornalismo em complementar notícias desgraçadas com depoimentos emocionados das vítimas ou próximos a elas.
Como a cereja que não poderia faltar ao bolo, o sensacionalismo faz da informação uma novela: mesma utilidade pública(entretenimento) e tão contínua e repetitiva quanto; seguem os capítulos conforme uma nova tragédia acontece; mudam os atores, porém o personagem é o mesmo.
O fato é deprimente, e ainda mais quando concluímos que os diretores das veiculações não são os culpados, eles apenas respeitam a função comercial da mídia, adequando a mensagem aos gostos dos expectadores. Nosso gosto! Por destruição e sofrimento.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Seres humanos
Com dúvidas a respeito de qual seria a característica humana que mais nos afasta dos animais, acabei encontrando o documentário Ilha das Flores, de Jorge Furtado, que já havia visto no colégio. Pra quem ainda não viu, vale muito o tempo.
Nele existe a informação de que os humanos se diferenciam dos animais, por possuírem o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor: um responsável pelo armazenamento de informações e seu processamento e o outro pelo movimento de pinça dos dedos e manipulação precisa de objetos. Esses dois atributos unidos teriam nos possibilitado desenvolver inúmeras benfeitorias à nossa vida, como por exemplo a agricultura, manufatura e o comércio.
Em uma análise mais profunda, baseada no exemplo da sessão espiritual dos políticos corruptos de Brasília, muito além da vantagem da utilização conjugada do telencéfalo altamente desenvolvido e do polegar opositor, a capacidade da auto-manipulação talvez seja a característica humana que mais nos destaca do mundo animal. Os políticos, visto que não sabiam que estavam sendo filmados e portanto seguros da privacidade e da ausência de expectadores, não teriam outros motivos para a manifestação religiosa se não a verdadeira fé naquilo em que se dedicavam. Eles acreditavam realmente que suas ações ainda eram condizentes com a conduta cristã.
Ou seja, como qualquer outro ser humano manipulavam sua própria mente, de maneira a buscar o conforto da consciência em função da conveniência.
Esta capacidade de enganar a si próprio torna o homem adaptável a qualquer dilema psicológico e parece ser o símbolo máximo da evolução, porém mecanismo indispensável para práticas desumanas.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Contradição
domingo, 8 de novembro de 2009
Miopia
Sobrevivemos e nos desenvolvemos através das trocas, qualquer maneira de relação social está sujeita a transferência de recursos e bens. E todos, mesmo sem conhecimento da teoria, visam valorizar o que ofertam. Portanto o mercado é factualmente indispensável.
É dentro deste conceito que o profissional de Marketing emerge, para propor algo mais: o caminho inverso, o reconhecimento e análise das necessidades das pessoas para a solução em criação de produtos e serviços mais adequados a elas. Deste modo seria virtuosa a função, porém existem certas adversidades: não cabe ao Marketing criar necessidades e esta é a linha tênue que separa o ético, da ignorância profissional.
Quando esforços publicitários são voltados às crianças, ainda em sua formação pessoal, gerando nestas novas necessidades de consumo ou desejos impostos, esta linha da ética é rompida, junto também à linha evolutiva da função Marketing, uma vez que será agente da negação à vida saudável dos menores e conseqüentemente do porvir do mundo, protagonizando, assim, o comprometimento do seu próprio destino, tornando-se alvo de julgamentos negativos e justos quanto a sua missão dentro da sociedade.
Logo cabe ao novo profissional da área ter como conhecimento básico estes princípios, não só para a manutenção de um mundo melhor, mas para a preservação daquilo que representa como profissional perante o mercado e como ser humano em sua passagem por esta vida.
domingo, 1 de novembro de 2009
O antiquado
De maneira semelhante à iniciativa privada, os políticos também se auto-promovem visando a continuidade ou ascensão de suas carreiras, seja através de propagandas esteticamente atraentes ou ações planejadas de entrega do que é valor para o público alvo (eleitores).
O fato pode ser ilustrado pelo interesse histórico dos governantes na construção das grandes estradas e rodovias, viadutos e pontes, pela alta visibilidade e consequentemente maior valor percebido, porém existem fatores externos que devem ser analisados com minúcia, como transformações demográficas ou socioculturais, movimentos dos concorrentes e clientes, de maneira a reconhecer e acompanhar tendências e mudanças comportamentais importantes.
E qual é a tendência principal do momento? Não será a ascensão do pensamento ecológico? Ou será esta irrelevante? Será que eles a acham irrelevante? Creio que sim. Pois se considerassem a evolução e as proporções que toma o ideal sustentável, identificariam a incompatibilidade da obra de duplicação das marginais com as necessidades e desejos atuais das pessoas. Pois mesmo os motoristas (futuros beneficiados) sabem que vivemos em tempos que não cabem mais incentivos a superpopulação dos carros, que 1,3 bilhões não deveriam ser investidos em ação que prejudica o meio ambiente, e que essa medida é controversa aos seus novos princípios de compromisso com a natureza.
Desfrutarão sim, do benefício em algum momento, vestidos com a fantasia da conveniência, sozinhos em seus veículos onde caberiam cinco e não enxergarão valor.