sábado, 31 de outubro de 2009

O moralista

A universidade, que deveria ser ambiente desenvolvedor de formadores de opinião e vanguardistas de correntes de pensamentos, sofre a mutilação da sua essência pela transformação do seu caráter: de institucional para mercadológico. Sendo ocupada também por perfis condizentes com essa visão, pessoas motivadas por imposições sociais e obrigações mínimas para a inserção nos mercados, em vez de acadêmicos buscando expansão intelectual ou cultural.

Este é um fato que pode explicar o surgimento de casos como o da estudante de turismo agredida moralmente por vestir traje não convencional, casos esses incompatíveis quando oriundos de uma UNIVERSIDADE, instituição que tem por finalidade original propor transcender as fronteiras do conhecimento e conseqüentemente gerar debates construtivos diante de contrastes sócio-culturais e não ser palco de manifestação declarada da falta de senso-crítico ou tolerância, vista pelo condicionamento da população universitária a opiniões moralistas conservadoras, devidas a gerações mais do que ultrapassadas.

Faz-se pois, supor uma estagnação na evolução da existência humana e isto dentro do que deveria ser o ventre do desenvolvimento.