sábado, 17 de julho de 2010

A desgraça alheia



Este é o caso do momento, e sempre há de haver um caso policial do momento, dos últimos consigo lembrar de Richithofen, Eloá e Lindenberg, Isabela Nardoni e agora Bruno.

Já disse por aqui a respeito dessa nossa necessidade de consumir destruição e sofrimento, mas por quê? Por que consumimos tanto assim, a ponto de a mídia precisar ter sempre um caso de terror em pauta, sempre um que substitua o último já desgastado, que protagonize o noticiário que ainda têm algumas outras notícias que não possuem a mesma graça.

Esse gosto talvez se deva ao poder anestésico que o ultra-problema, extraordinariamente aterrorizante, tem sobre os nossos problemas, bom, que agora já são pequenos. Ou pelo efeito confortante da distância do problema. Ou pela relação comparativa e conclusão resultante de que diante de tamanha crueldade só podemos ser pessoas muito boas; mesmo com todos nossos defeitos, que agora também já são pequenos.

Mas não é esse o grande caso. Se você é feliz sem precisar desse santo remédio: a desgraça alheia. Se isto não ti pega; algum outro subterfúgio você utiliza. Bebida? Algum hobby? Algum esporte? Alguma pessoa? Qual é o seu recurso para ficar em paz e não pensar nos seus problemas?

Vou insistir no texto. Percebeu a relação? A mídia da desgraça alheia está para bebermos menos, praticarmos menos esporte ou conviver menos com as pessoas; e vice-versa.

Um comentário:

  1. Logo no começo do seu texto já fiquei pensando... que talvez não era uma questão de consumir desgraça, mas consumir prazer... sim, prazer na desgraça alheia... Mas aí na sequência vc deu respostas bem mais completas do que esse meu pensamento, mas de certa forma, algo se relaciona. O problema maior do outro, me conforta... é o meu prazer.
    ...
    Mas isso né cara... o problema não é a notícia, não é a bebida, mas o fudelância que os caras fazem com tudo. E quanto mais dizem que somos livre, mas alienados nos tornamos.
    ...
    é osso.

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